Seca no Rio Guapi-Macacu pode prejudicar abastecimento da Região Metropolitana
Dois anos após a crise hídrica que deixou o estado do Rio à beira de um colapso, a situação voltou a ficar preocupante na Região Metropolitana e há um alerta para o risco de racionamento de água. A estiagem, a três meses do verão e aos 45 minutos do segundo tempo do inverno, provocou a redução da quantidade de água nos rios Guapiaçu e Macacu, de onde a Cedae faz a captação para o sistema Imunana-Laranjal, que abastece três milhões de pessoas das cidades de Itaboraí, São Gonçalo, Niterói, parte de Maricá e a Ilha de Paquetá.
A subsecretária de Segurança Hídrica e Governança das Águas, Eliane Barbosa, da Secretaria estadual do Ambiente, faz um alerta para a gravidade da situação do Rio Guapi-Macacu.
— O Inea (Instituto Estadual do Ambiente) tem uma estação de medição próximo ao local onde a Cedae faz a captação de água. A marcação está abaixo de 2,11 metros, 20% a menos do que deveria estar. Quando o nível está acima dessa marca não tem problema de captação. Ainda não é uma situação crítica severa, mas é uma situação de alerta, já caminhando para a possibilidade de suspensão do abastecimento ou de rodízios, como foi feito em São Paulo, em 2015, durante a crise do Rio Paraíba do Sul — afirma.
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RIO - Uma mancha escura e com forte mau cheiro tomou conta do costão da Avenida Niemeyer, em São Conrado, na Zona Sul do Rio, na manhã desta segunda-feira. Desde as primeiras horas da manhã, uma grande quantidade de dejetos está sendo despejada no costão. A água negra brota da parte inferior da mureta do calçadão.
Não é a primeira vez que Marcelo Farias, um dos um dos fundadores do movimento “Salvemos São Conrado”, flagra despejo de dejetos no trecho. Há três semanas, o mesmo problema causou danos ambientais na orla. O ativista ambiental contou que fez as fotos no começo da manhã desta segunda-feira.
RIO - As margens da Baía de Guanabara — tomadas pela sujeira que fica visível na maré baixa, ou o voo de urubus sobre a populosa Belford Roxo ou a pequena Varre-Sai são sintomáticos. Todos os dias, o Estado do Rio dá destino inadequado a 6.785 toneladas de detritos que acabam em lixões e aterros controlados. Outras 204 toneladas sequer são coletadas e vão parar em encostas, rios, terrenos baldios e beiras de estrada. O resultado desse cenário degradante aparece nas estatísticas mais recentes. Pela primeira vez nesta década, as cidades fluminenses reduziram a quantidade de lixo que recebe tratamento adequado em aterros sanitários. Resumindo: se já não era ideal, a situação do descarte de restos e detritos de atividades de toda a natureza — de domésticas a industriais — piorou. Uma má notícia para o meio ambiente e a saúde pública do estado.
CRISE POR TRÁS DAS ESTATÍSTICAS
Segundo a pesquisa, em 2016, o Rio destinou 14.688 toneladas diárias de resíduos sólidos urbanos para aterros sanitários, o que equivale a 68,4% das 21.474 toneladas coletadas por dia. Em 2015, foram 68,6% ou 15.021 toneladas/dia. O dado do ano passado representa um retrocesso em relação à situação de 2014, quando foi registrado o mesmo índice, 68,4% (14.719 toneladas/dia).
— Os avanços vinham ocorrendo, embora a passos lentos. Agora, observamos uma curva contrária. E nosso grande receio é que isso se transforme numa tendência. O assunto resíduo sólido não é visto como prioritário na nossa sociedade. Diante da crise atual, foi uma das primeiras políticas sacrificadas pelas administrações públicas municipais. As prefeituras diminuíram os recursos para o setor, cortaram empregos, deixaram de pagar aterros sanitários e não hesitaram em reabrir os lixões. Mas percebemos que a população também não cobra uma reversão desse quadro — afirma Carlos Silva Filho, presidente da Abrelpe.
Qual modelo de desenvolvimento queremos para a Amazônia? Não adianta fugir da pergunta. A exploração do mais importante bioma florestal do planeta está acontecendo agora. É a inexorável marcha do progresso — uma palavra que comporta as mais variadas definições, para o bem e para o mal.
O desafio é proporcional ao gigantismo do ecossistema. Mas traz oportunidade fantástica de construção social. Temos que colocar à mesma mesa os setores público e privado, ruralistas e ambientalistas, bancos e empreiteiras, índios e madeireiros. Somente juntos criaremos um novo paradigma de desenvolvimento e governança.
A discussão que interessa leva em conta não só o desenvolvimento econômico e social — tão necessários na região —, mas também um novo padrão de produção e consumo. Um modelo capaz de conciliar a conservação da natureza e o fortalecimento da cultura dos povos tradicionais com o uso dos recursos naturais de forma inteligente e em benefício de todos.
O que nos conduz a novos questionamentos: esse modelo existe? É possível explorar a riqueza da fauna e da flora amazônicos sem prejudicar a biodiversidade? Dá para aproveitar o potencial hidrelétrico, extrair recursos minerais, criar caminhos para a produção de grãos do Centro-Oeste, tudo isso favorecendo o bem-estar das populações e sem desequilibrar o delicado mecanismo de regulação global do clima, que depende da gigantesca movimentação de ar úmido da floresta?
A Amazônia sofreu muito enquanto era vista como fronteira a ser conquistada, e se justificava o extrativismo predatório pelo mito do vazio demográfico. Tampouco avançamos quando a chamamos de pulmão intocável do mundo, numa visão que condenaria parte do país à estagnação. Hoje, ainda oscilamos entre esses dois polos, em cenário que não beneficia ninguém.
Teremos que ser ousados para incluir o capital natural amazônico em uma equação de ganha-ganha. Inovação, pesquisa, ciência e tecnologia são temas de partida para a criação de novos modelos de negócios, dentro de uma agenda produtiva e responsável. Iniciaremos esse diálogo construtivo em um evento amanhã, não por acaso o Dia da Amazônia, no Museu do Amanhã.
Após mais de um ano de negociações, a estatal chinesa China Merchants Port Holding (CMPorts) anunciou neste domingo, 3, a compra de 90% do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) e a empresa de serviços logísticos TCP Log, por R$ 2,9 bilhões (US$ 925 milhões). A transação envolve 90% dos ativos portuários. O fundo americano Advent, que tinha 50% da TCP, vendeu toda sua fatia. Os acionistas restantes – as empresas espanholas Galigrain e TCB –, também saem do negócio. Já os três sócios fundadores: Pattac, Soifer Participações e TUC Participações Portuárias vendem parte das ações, mas ficam, juntos, com 10% restantes dos ativos.
A transação avalia o TCP em cerca de R$ 3,2 bilhões e a conclusão da operação está prevista para até o fim de 2017, após passar por crivo regulatório e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Fundado em 1998, o terminal brasileiro é considerado um dos mais modernos no País e tem bom potencial de crescimento.
Nos últimos anos, recebeu altos investimentos na renovação de equipamentos e na infraestrutura local, o que melhorou de forma expressiva a produtividade da empresa. O terminal tem capacidade para movimentar 1,5 milhão de TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés).
Hoje, o TCP é o terceiro maior terminal de contêineres do País, atrás apenas de Santos Brasil e Brasil Terminal Portuário (BTP), ambos no Porto de Santos. O terminal também detém o maior número de tomadas refeer – infraestrutura exigida para a manutenção de contêineres de produtos refrigerados, como carnes – do País.
Nos últimos meses, o TCP estava sendo alvo de cobiça de vários investidores. Além da estatal chinesa, o grupo árabe Dubai Port World (DP World) estava no páreo. A ideia original dos acionistas era abrir o capital do TCP ou vender apenas uma fatia a investidores privados. No entanto, a boa demanda pelo negócio levou os controladores a rever essa estratégia. No ano passado, o TCP contratou os bancos BTG Pactual e Morgan Stanley para assessorá-lo nas negociações. O grupo China Merchants contratou o banco Santander.
Em comunicado ao mercado, a China Merchants informou que “a entrada na América Latina, especialmente no Brasil, é crucial para a expansão global de sua rede de terminais”. A CMPort é uma das maiores operadoras globais de terminais de contêineres, com movimentação total de mais de 95 milhões de TEUs em 2016.
A gigante chinesa possui operações na Ásia e detém, ainda, terminais de contêineres em países como Estados Unidos, África e Europa.
O presidente da TCP, Luiz Antonio Alves, vai permanecer na empresa, de acordo com o comunicado ao mercado. Em nota, Alves disse que a entrada do novo controlador contribuirá para a nova fase de crescimento da TCP. “O Advent e os sócios-fundadores tiveram um papel fundamental, suportando a transformação operacional da empresa.”
O fundo Advent, que tem feito importantes aquisições no Brasil entre o fim do ano passado e este ano, decidiu vender sua participação para investir em novos negócios dentro e fora do Brasil. A gestora comprou o controle do TCP em 2011, por R$ 650 milhões. Com essa transação, vende o negócio por R$ 1,6 bilhão.
A gestora comprou recentemente participação relevante na Estácio para voltar a ser uma consolidadora no setor de educação, a exemplo do que fez na Kroton Educacional há alguns anos. No fim do ano passado, o Advent comprou uma faculdade no Rio Grande do Sul. O fundo também tem sido atuante em operações financeiras, com a aquisição da Easynvest.
Fonte: Estadão