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Design sem nomePlano de retirada deve ser entregue a Marinha do Brasil e ao Ibama nesse domingo (8). Operações devem ser realizadas com navios de alta tecnologia especializados nesse tipo de resgate

A operação que vai retirar 3,5 mil toneladas de óleo combustível e 140 toneladas de óleo diesel do navio Stellar Banner, que está encalhado a 100 km da costa do Maranhão, deve começar a partir da próxima terça-feira (10), de acordo com a Marinha do Brasil.

O plano para a retirada deve ser entregue a Marinha e ao Ibama até o domingo (8). As manobras de resgate estão sendo desenvolvidas por empresas contratadas pela Vale, responsável pela carga de minério de ferro e pela Polaris Shipping, proprietária do navio. O principal objetivo é garantir a preservação ambiental e conter possíveis vazamentos de poluentes.

“Temos a expectativa no dia 10. A gente vai ter que analisar cada passo, ver se está de acordo, se tem garantia e se ela está sendo cumprida. E temos os diversos navios que são necessários para a retirada da carga e esses navios não estão aqui em São Luís, são poucos os que tem no Brasil e alguns vem de fora. Os contratos são difíceis, pois são navios com alta tecnologia feitos especificamente para esse tipo de dano ambiental ou para a retirada do óleo como é esse tipo que são óleos especiais. Outros estão sendo mobilizados porque são muitos tipos de navio para se confrontar as diversas necessidades”, explicou Newton Costa Neto, comandante do 4º Distrito Naval.

As operações devem contar com a ajuda de navios de alta tecnologia especializados nesse tipo de resgate e que devem vir de outras partes do Brasil e até de fora do país. A Marinha aguarda a chegada dos navios em São Luís nos próximos cinco dias.

Para o comandante Newton Costa Neto, o plano é considerado complexo por conta do tamanho da embarcação, pela quantidade de minério e de óleo que estão armazenados no Stellar Banner. Além disso, o local onde o navio está encalhado possui grandes correntes marítimas e variações de maré, o que torna a operação de retirada complicada.

“A prioridade um eram as pessoas [tripulantes], elas foram retiradas e há garantia de que não há risco. A prioridade dois é a retirada do óleo e a parte de total prevenção de qualquer risco ambiental. Esse é o nosso foco agora, nós estamos nos dedicando imensamente a isso. E a parte de salvatagem do navio já começou, desde o primeiro momento nós já estamos estudando e fazendo todos os levantamentos para chegar a um plano que é bem complexo, para fazer a retirada do navio do local com segurança. O navio é grande, muito grande e que tem quase 300 mil toneladas de minério de ferro a bordo, então uma parte disso é inédito e nós vamos ter que trabalhar. O local tem grandes correntes, grandes variações de maré, o que torna uma operação dessa bastante complexa para nós”, disse Newton Costa Neto.

Danos no navio

A área afetada no casco do navio é de cerca de 25 metros, segundo o chefe de Estado-Maior do Comando do 4º Distrito Naval, Robson Neves Fernandes, nessa quarta-feira (4), em São Luís. O representante da Marinha também informou que seis mergulhadores têm feito inspeções no casco da embarcação de 340 metros de comprimento.

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, veio a São Luís acompanhar o trabalho da Marinha e do Ibama, e reforçou que não há vazamentos de óleo no oceano. "Já não há óleo no mar. O que chegou a ser detectado foi uma pequena quantidade de óleo nos primeiros dias, que já foi dissipado e já não há mais detecção de óleo no mar", enfatizou.

Ricardo Salles descartou qualquer comparação com as manchas de óleo que atingiram o litoral do nordeste, Espirito Santo e Rio de Janeiro no fim do ano passado. Para o ministro, são duas situações com circunstâncias e proporções completamente distintas.

Tripulação

De acordo com a Polaris Shipping, dos 20 tripulantes Stellar Banner, 12 são coreanos são coreanos e oito são de nacionalidade filipina. Após o resgate, seis estão ainda na região ajudando na operação de salvatagem e seguindo as instruções da Capitania dos Portos.

A empresa afirmou que os outros 14 tripulantes da embarcação já estão em terra firma e devem ser repatriados após entrevistas com autoridades em São Luís.

Segurança nos tanques

Na sexta-feira (28), o Ibama havia verificado o vazamento de 333 litros de óleo no mar e o poluente havia se espalhado por uma área de 0,79 km². No sábado (29), o instituto afirmou que não visualizou mais as manchas de óleo encontradas anteriormente.

Técnicos também trabalharam para vedar ainda mais os tanques de combustível e reforçar as travas dos compartimentos de carga, onde está o minério. O navio hidroceanográfico ‘Garnier Sampaio’, da Marinha, também está na área para reforçar as operações.

Inquérito

A Superintendência da Polícia Federal (PF) no Maranhão informou que abriu um inquérito para apurar possível crime ambiental no acidente do Stellar Banner. Antes, a Marinha já tinha informado que instaurou um inquérito administrativo para apurar causas, circunstâncias e responsabilidades sobre o caso.

Riscos

A Marinha e o Ibama ainda não descartam completamente o risco vazamentos no navio. Atualmente, a embarcação segue encalhada e com cerca de 290 mil toneladas de minério de ferro, além de quatro milhões de litros de combustível e óleo. Se houver vazamento, todo o material pode se espalhar pelo litoral.

"O ideal é que se façam estudos que tenham com precisão os reais riscos da embarcação. Mas, independente disso, são tomadas todas as providências de forma preventiva. Então nós já temos um estudo de modelagem, para onde esse óleo pode bater, chegar na costa, caso venha a acontecer um incidente. E já deixar disponível os equipamentos de proteção a essas áreas sensíveis", afirmou Marcelo Amorim, coordenador de atendimento de emergência ecológica do Ibama.

Buracos na estrutura do Stellar Banner

O navio Stellar Banner tem capacidade para 300 mil toneladas de minério de ferro e possui 340 metros de comprimento, o equivalente a quase quatro campos de futebol. A embarcação foi abastecida pela Vale e saiu do Terminal Portuário da Ponta da Madeira, em São Luís, com destino a um comprador em Qingdao, na China.

Segundo a Capitania dos Portos, o navio apresentou ao menos dois locais com entrada de água nos compartimentos de carga por volta das 21h30 desta terça (25) e começou a afundar no Oceano Atlântico. Uma fissura no casco pode ter sido a causa. O comandante do navio emitiu um alerta de emergência via satélite e levou a embarcação para um banco de areia.

Equipes da Capitania dos Portos e da Vale foram encaminhadas para o local e cerca de 20 tripulantes foram evacuados. A empresa Polaris Shipping, proprietária do navio, informou que todos os membros da tripulação estão seguros e que está realizando inspeções para evitar maiores danos.

 

Fonte: G1

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